domingo, 8 de abril de 2012

DDay - Viagem de 1/2 ou 3 dias de Paris !


Nesta trip eu optei por um carro alugado, as distâncias entre os pontos de interesse não são curtas, e a diversidade de locais é enorme, as locomoções são basicamente feitas por bucólicas estradinhas normandas, serpenteando a costa, passando por igrejas e castelos medievais, e pequenas propriedades rurais que traduzem todo o clima do interior da frança, além do que sobrou dos Bunkers e fortificações da muralha do Atlântico é claro !

No interior da frança, gente que fala inglês ou quer falar, é mais dificil do que nas capitais, se vc tiver facilidade pro francês, existe toda a infra de transporte que liga as cidadezinhas, e existem serviços especializados para te levar aos sites.

Saimos de Paris, pela L'Autoroute de Normandie, A13, sentido Caen, com aprox 2horas e meia de viagem, fomos diretamente a Saint Mere Eglise.

Conhecemos a cidadela em minutos, museus interessantissimos como o da foto do blog, que é o americano, pois foram eles quem libertaram esta primeira cidade da frança, na madrugada do dia 06, prelúdio do Dia D.

Lojas vendendo de tudo o que vc pode imaginar até capacetes do exercito do afeganistão que são identicos aos alemães, da época.

Essa igrejinha, com o cara pendurado do filme "o mais longo dos dias", é imperdível.

Seguindo viagem sentido litoral, e para as praias me dirigi a região de Colleville Sur Mer, que fica do lado oeste da bahia escolhida para a invasão, já planejando a volta por Caen.


De todo o desembarque da normandia, nenhum outro lugar ficou tão famoso quanto a praia de Omaha, (pra se encontrar por lá procure, Colleville Sur Mer), celebrada nos filmes desde o fim da Guerra, em Clássicos que vão de John Wayne a Tom Hanks, esta foto foi tirada a partir das marcações que existem no chão do local, e correspondem ao Charlie Sector, o pedaço mais punk de todo o desembarque das praias, aí morreu muita gente.


Observe o topo do morro e imagina o mesmo coberto de bunkers como este da foto ao lado intercalado por fortificações, ninhos de metralhadoras MG42 e 44, praia tomada por ouriços anti-blindados, minas, snipers, morteiros e vc terá uma breve ideia do que os americanos enfrentaram aqui, ao lado oeste da praia, olhando para o mar, esta o tbem famoso Point du Hoc.

Esse pontão, localizado dentre Omaha e Utah, era um objetivo crucial para o sucesso do desembarque nas praias, e foi designado como objetivo, para a elite do exército da época, os Rangers.
Rangers led the way ... após sucessivos ataques repelidos, os Rangers conseguiram escalaram Ponit du Hoc, com cordas e escadas, venceram as defesas entrincheiradas, os ninhos de metralhadoras, e tomaram uma por uma das casamatas, perdendo mais de 100 homens no primeiro dia de batalha. Isso é o que a gente lê na placa de entrada ao lado, ainda existem casamatas intactas, tuneis e ninhos de metralhadoras, bem como alguns canhões de 155m, deixados na posição da última salva.

A parada não deve ter sido brincadeira, o penhasco é bem ingreme e alto como vc pode ver da foto ao lado que mostra o point de lado, é assustador imaginar alguém subindo isso no peito, sob fogo inimigo vindo de posições de tiro protegidas em cima do morro.
Treta !
Muitas das casamatas de Point du Hoc, algumas equipadas com canhões de 155mm (foto), alvos que são muito dificeis de serem eliminados com os bombardeios estratégicos que contavam com técnicas da época.
Os bombardeiros que precederam o ataque, geraram essas enormes crateras, visiveis por toda a região, mas que não foram suficientes para aniquilar as defesas, provando que a força aérea abre terreno, mas é a infantaria quem ocupa e vence a guerra.
Dali fomos seguindo viagem, primeiro para a propria praia de Omaha, as fortificações da Muralha do Atlântico, passando pelo famoso canhão soberbamente escondido, que matou sozinho mais de 500 aliados antes de ser localizado por um soldado perdido que o calou com uma simples granada, o canhão encontra-se na mesma posição do último tiro e intacto.

Almoçamos de frente para o mar, em Omaha ao lado do famoso memorial da foto ao lado, e seguimos para o local da construção do porto de Arromanches.
Até hoje existem as estruturas que serviram de suporte e base para o porto provisório construido as pressas com tecnologia de ponta para a época, e que se vê ao longe nesta foto anexa tirada de uma das linhas de casamatas espalhadas ao longo do caminho.
Neste ponto em especial existe uma fortificação de observação, e por ela pode-se ter a exata ideia da visão do soldado no posto de comando ao amanhecer do dia 6, e dá pra sentir o mesmo frio na barriga, imaginando algo como 5 mil navios de guerra atirando ao mesmo tempo na sua direção.

No caminho que segue ao lado leste da baia da normandia, em direção a Caen, vc vai passar por inumeras vilas e cidadelas como Carentan e poderá ver algumas fortificações no caminho, estas vilas valem a parada, mas é aí que sua viagem pode or além de uma day trip, fique ligado !

Neste roteiro tentei cobrir de Saint Mere Eglise até a "Pegasus Bridge", procurei ir pelas estradinhas que serpenteiam ao lado do mar, a dica é não deixar de parar ao avistar casamatas, e checar procurando os sites preservados que existem em abundância, contando com muitos museus particulares e varios tiosinhos franceses que tem algumas peças de artilharia ou tanques no quintal q te cobram 2 euros pra ver até tocar, veja esta foto tirada no meio do caminho, sem dúvida é um dos sites mais preservados e interessantes da europa, e pra quem gosta do assunto, um paraíso.

Caen, é a grande cidade da região, os melhores museus estão lá e merece uma estada de pelo menos um ou dois dias, tem absolutamente tudo na internet.

Meu ultimo objetivo especial foi a ponte Pegasus ao lado, com o famoso café que aparece no filme mencionado acima, do outro lado da rua, e toda a cena dos gliders ingleses, e os SAS que seguraram em doze pessoas um Regimento Panzer completo por toda a noite, resguardando essa vital ponte para o desembarque histórico do dia que seguia, em uma das batalhas que consagrou os SAS como unidade de elite, e selou por uma vez os ingleses dentre os grandes guerreiros da IIWW.
Se os ingleses não tivessem impedido que os Panzers contra-atacassem o flanco leste do desembarque, ainda que não se tratasse de uma força completa, eram Panzers, Tigers e Panthers e poderiam ter causado enorme estrago nos ingleses e canadenses que acabaram tendo outrossim um desembarque tranquilo.

O passeio do desebarque é um clássico, vale a pena, e pode levar a gata porque a Normandia é linda, tem todo um outro lado cultural e culinario, especial, e pode sim agradar a gregos e troianos, alemaes e americanos, em uma viagem que pode ir de um daytrip, até 3/4 dias !

Rommel, heroi ou nazi propaganda ???

Rommel, herói ou simples garoto propaganda ?
Esta pergunta começa a aparecer nos meios especializados, e serve de referência sobre como Deus está do lado de quem vence, ou seja, como nós temos a tendência de enchergar as coisas de maneira geral.
Erwin Johannes Eugen Rommel, Nascido em Heidenheim, Württemberg, Foi o segundo filho do professor protestante Erwin Rommel, reitor de escola secundária em Aalen, e Helene von Luz, filha de um proeminente dignitário local.
Rommel saiu como herói consagrado já da IWW, condecorado com a Cruz de Ferro Iª Classe, com feitos que creio nunca mais um ser humano conseguirá atingir, ferido em combate inumeras vezes, Rommel costumeiramente saia da trincheira, e "saia na mão" com o inimigo, isso já em postos como tenente, capitão, o cara era um Samurai !
Numa passagem da IWW nas trincheiras da frança, a trincheira sob o comando de Rommel foi invadida, e o rifle dele travou, e ele toma um tiro de fuzil na perna ... sem stress ... o cara saca a bainha e mata os três soldados franceses na faca ... com isso ganhou a primeira cruz de ferro ... um batalhão inteiro presenciou o feito.
Rommel, foi o arquétipo do General alemão que mandou muito bem na I guerra, sendo, por sinal, a mais sangrenta de todas guerras, combate que somente não escalou nos niveis da II, pelo fato de que as cidades foram menos castigadas. Sendo a aviação rudimentar, não ocorreram bombardeios estratégicos em massa, sobre cidades.
A I guerra foi travada em trincheiras com um numero absurdo de baixas de cada lado, 700 mil só em Verdum, natural que um general formado nestes campos, não tivesse muito amor pela vida de seus soldados, (isso virou um icone na IWW, a absência de valor pela vida humana), na margem oposta, essa era o elogio das tropas que serviram com Rommel, e o motivo de serem as unidades mais procuradas.
Adorado a niveis divinos por seus subalternos, e temido como um demônio por seus inimigos, ele não queria nem saber, era o primeiro sempre que possível a atingir todos os seus objetivos, suas missões eram engenhosas e articuladas, e quase sempre com poucas baixas, foi muito injustiçado no front italiano da IWW, tendo sido preterido em reconhecimento e condecorações, por razões políticas, inúmeras vezes, mas ao final ele como Hauptman, "Capitão" ganhou uma medalha "pour le mérite" que só foi dada a Generais..
Rommel tinha instrução de primeira linha na guerra de montanha, e arregaçou os Italianos, (que declararam guerra aos Austríacos na IWW).
Rommel escreveria o livro Ataques de Infantaria "Infanterie Greift An", com 400 mil cópias vendidas na Alemanha.
Dedicado a familia e ao "exército", Rommel treinava cadetes após a primeira guerra mundial.
Isso tudo mudaria na IIWW.
Nos tempos de Rommel, o mundo não conhecia a televisão, como meio de difusão de informação livre, tudo era pelo rádio, jornal e pela propaganda do estado, e como Rommel era avesso a publicidade, e só tinha duas coisas na vida, o exército e a esposa.
As suas memorias, (da qual pude ter acesso em uma versão espanhola), suas cartas para a esposa revelam muito mais do que qualquer livro de história possa ensinar, e fica nítido nas cartas, que ele era um oficial de alto nível, alta capacitação, e muito preocupado com seus soldados, e ciente do futuro negro que aguardava a Alemanha.
O que poucas pessoas escrevem e enchergam e "PORQUE" Rommel foi o grande herói alemão, junto com Claus Schenk Von Stauffenberg !
Seus feitos militares devem ser observados considerando que ele foi contra o regime, e nunca se inscreveu no partido, e mais, ele foi "ASSASSINADO" por ter tido ligações com oficiais organizadores diretos do complô que infelizmente não logrou êxito.
A pergunta que se faz é como que um adversário que chegou a ser declarado em alguns momentos, foi promovido a Marechal de Campo, tendo sido a grande estrela da guerra, tendo aparecido em fotos ao lado de Hitler.
Creio que não seria prever em 1938/1939 a grandiozidade do horror que Hitler e o regime tinha em mente, a perseguição era fato, mas o holocausto não, Rommel inicialmente escrevia sobre ele com um certo sarcasmo respeitoso, mas com o tempo, e vendo o que estava acontecendo o front isso começou a mudar.
A proximidade inicial de Rommel com Hitler, foi proposital Rommel sonhava em comandar uma unidade Panzer, e Hitler tinha obssessão por heróis e símbolos (propaganda), e o curriculum de Rommel não deixava brecha, na bala, Rommel era "o cara" desde 1918.
Quase todos países envolvidos tiveram heróis imortalizados na WWII, Mrch. Zukov, Pvt Vasili Zaitzev, Gen. Einsenhower, Gen. Mc Arthur, Almirante Yamamoto, Gen Charles de Gaule, Gen Montgomery e muitos outros ...
Desde a Grécia, os heróis são cultuados como forma de propaganda e incentivo aos soldados em guerra, e o mesmo não passaria desapercebido pelo regime que logo iniciaria a busca pelos perfis que melhor se encaixassem os modelos para propaganda do partido.
Hoje sabemos que uma pequena parte, inexpressiva, dos oficiais de alto escalão do exército regular apoiava o regime nazista, portanto, Hitler não contava com os heróis de verdade da primeira guerra mundial, e mesmo assim existe farto material do mesmo em vídeos de eventos públicos ao lado de lideres da época, pois o führer estava em expressiva alta popular, tudo não se tratava de propaganda.
Neste cenário, aparece um brilhante oficial chamado Rommel, que foi responsável pela segurança do alto comando na invasão da polônia, operação Fall Weiss, pode se aproximar de quem tomava as decisões, Hitler, este fato não o fez um nazista (Rommel jamais assinou a filiação ao partido o que naquela época poderia ser considerado como um péssimo significado), ele simplesmente estava fazendo lobby para seu interesse maior, que era dirigir uma divisão Panzer, em Blitzkrieg !
Inicialmente vetado por ter instrução de infantaria, recebe ordens diretas do Führer (com forte influencia de Goebels), e acaba assumindo a 7ª Panzer para o Fall Gelb de invasão da frança e benelux.
Após a invasão da frança, seria invevitável ao estado maior perceber que Rommel era "o cara", 160km na frente dos suprimentos ele praticamente cortou a frança no meio, protagonizando cenas como a da ponte do Rio Meuse, na qual ele desce do seu tanque, e sob fogo de artilharia, snipers e metralhadoras, atravessa a ponte, e assume o comando do primeiro tanque que foi atingido, ao extase de seus soldados, que abandonaram suas posições defensivas, e atacaram os franceses, que pra variar, correm em desespero !
Dessa época vem a piada, vc sabe o que são 100.000 homens de mãos pra cima ??? não, é o exército Francês !!!
A força da presença de Rommel, suas vitórias, sua liderança carismática e sua enorme capacidade de manejar a Blitzkrieg, deram ao Führer o herói que ele queria, e assim começa a criação da imagem do General Rommel com fins de propaganda, culminado na criação do Afrika Korps, ou seja, após 1941, muito da imagem do General foi criada.
Tudo era na base da mentira e da propaganda, Rommel sabia da sua responsabilidade na Africa, bem como da suas fraquezas, e de suas tropas, mas nunca se esqueçam que a melhor qualidade de Rommel era como soldado, e um bom soldado não nega ordens, cumpre !
A propaganda aliada, exulta os feitos militares de um homem que, na verdade, por muitas vezes enfrentou o regime nazista, Rommel nunca quiz ser condecorado por Hitler, na sua formação militar não aceitava que um leigo e austríaco tomasse as redeas do exército, evitou isso o quanto pode, e nos videos que mostram Rommel recebendo o bastão de Marechal de Campo, ele esta visivelmente contrariado, ao contrario de caras como Keitel, Himmler e Von Bock, ele passou a ter repugna pelo Führer com o passar do tempo, e com as verdades que via, como se vê em muitas das cartas.
Rommel levou a Blitzkrieg ao state of art, durante a invasao da frança, e no norte da África, nas suas cartas Rommel ironiza seus companheiros, pelo fato dos mesmos nunca conseguirem ficar a menos de 100km de suas divisões mecanizadas, inclusive as divisões de suprimento, o que deleitava o Führer e dava arrepios ao OKW, (oberkomando das wermarch).
Com o passar do tempo, ele começa a entender o que era o regime, e veja que ele não operou nos teatros do leste, aonde os campos eram mais facilmente visiveis, na frança e no norte da africa, Rommel não teve contato com o Holocausto, mas ao receber informações sobre o que ocorria com seus amigos no front russo, o mesmo começa a mudar gradativamente o tom em relação ao regime, e quando de volta a europa apos a caida de el alamain, ele passa a efetivamente compor o complo contra Hitler que fracassaria em 1944.
Com o turn over de 1943, após Stalingrado, a Alemanha começa a ser encurralada, e acreditam alguns historiadores, que foi só por esse momento crítico que Rommel não foi fusilado com Stafenberguer, (até porque estava se recuperando de um ferimento causado por um spitfire), outros sustentam que uma vez feito herói pelo Führer por este não poderia ser fuzilado, creio mais na segunda tese. Rommel foi assassinado, envenenado aos 14 de outubro de 1944.
Seu talento encontra-se cravado na pedra até hoje nas costas da normandia, a muralha do atlântico é criação dele, e somente não expulsou os aliados para o mar em 6 de junho de 1944, pois aí já estavamos dentro do que se chama de momento de penunbra, o complo já havia sido derrubado, e ele mesmo não sabia mais da sua segurança pessoal, muitas das cartas deste periodo revelam que o mesmo estava esperando a sua hora.
Hitler estava dopado, e ninguem tinha coragem de acorda-lo, e não sabemos se isso é verdade, ou se ele já sabia do envolvimento de Rommel, e negou que fossem mandadas as reservas, ou seja, depois da frança o cara só fez m......
25 de agosto os aliados estariam libertando París !!
Por isso creio que a ida de Rommel para o aniversário da sua mulher, nas vesperas do Dia D, não tenha sido tão casual assim, Rommel tinha total consciencia de que a guerra estava perdida, e tenho certeza que procurava o melhor para seu povo.
Erwin Rommel, é na minha opinião um Marechal de Campo, que deve constar na mesma ala de Júlio César, Sun Tzu, Napoleão, Shogum Tokugawa, Almirante Nélson, Gen Mac Arthur dentre outros ....
Na vida e na arte da guerra, homem de caráter, patriota incontestável !
Rommel é o cara !!!!!!!!!!