quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Visita ao Museu Histórico Militar de Sevilha !


Descobri este museu completamente por acaso e ainda melhor, é de graça !

Se vc tem curiosidade sobre as guerras do imperio espanhol e gosta de armas, este museu vale muito uma visita, muito fácil de chegar, covardemente localizado dentro do prédio central da Plaza de España, o tour pode ser feito numa manhã.

A Espanha foi a nação mais poderosa do mundo, durante a época do renascimento, até o século XVI, com a derrota da Armada do Imperador Felipe, perante Elisabeth I, a última representante da dinastia dos Tudor, que gerou um turnover na economia espanhola do qual jamais se recuperariam em igual grandeza.

A glória e esplendor do Império espanhol, encontram-se preservados por todo o país, não sido envolvida territorialmente na segunda guerra, e tendo sido pontualmente bombardeada durante a Guerra Civil, a Espanha, como um todo, preserva a sua história de maneira exemplar.

A Espanha possui ainda uma história militar pregressa a era do descobrimento, que merece igual notoriedade, seu terrítório, é um asseveradametne multi-cultural, tendo sido palco das Cruzadas dentro da Europa, seu territorio foi dominado pelos mouros do norte da África, seguidores do Islã por séculos, os califados espanhois chegaram a ser os mais poderosos de todo o Islã.

A influência moura na cultura espanhola, pode ser vista claramente na região da Andalucia, em cidades como Sevilha, Cadiz, Algecira e Granada, monumentos a ceu aberto destes tempos áureos.


Logo no centro do hall de entrada do museu, você vai encontrar a maquete da foto explicando passo a passo, (com recursos multimidia), a maior batalha das cruzadas na Espanha, que foi a tomada de Sevilha, batalha de estratégia dificil, e ampla coordenaçao de forças diferentes, sendo talvez a mais complicada das batalhas travada nas cruzadas contra os mouros, é linda, toda animada, relata a batalha em detalhes que chegam a unidade de infantaria, e mostra uma coisa que passou desapercebido na história, a grande participação dos reis portugueses na decisão da batalha, bem como da sua enorme ligacao com os reis espanhois.

No atrio existem maquetes de todas as fortifcações espanholas nas colonias americanas, mostrando a diferença com o que foi feito no Brasil, e daí agradecemos a Deus por ninguém ter prestado atenção na gente, pois teriamos sido invadidos e tomados por qualquer um, nossas raras defesas contemporaneâs aos fortes que guarneciam a america espanhola, foram construidas basicamente com pedras, usando gordura de baleia, com areia, como liga no lugar de cimento.

 

Estes fortes foram construidos na regiao do caribe, Cuba, Honduras, Venezuela, Colombia e muitos outros paises, bem como por todo o pacifico espanhol até bem para dentro do México e chegando ao norte, até a regiao que hoje fica a California, construídos com ânimo de ocupação definitiva, com pedras e concreto, desenhados com estas muralhas em forma de cunha, que servia para desviar os projeteis utilizados nas caravelas de madeira, da época que foram construídos, este desenho perdurou até a invensao da muniçao moderna propulsionada e explosiva.

Muitos destes fortes e castelos passaram por muitos cercos e batalhas, e perduram inteiros até hoje !
No andar inferior existe um numero enorme de cristaleiras com miniaturas de tudo o que vc pode imaginar na area militar, artilharia, cavalaria e muita infantaria espanhola e de outros locais.


Seguindo encontramos uma serie impressionante de stands com armas leves de todas as epocas do mundo, desde as armaduras medievais, espadas, canhões primitivos e todas as armas leves que eu tenho conhecimento estavam lá, essa quantidade de armas leves, não ví nem quando visitei West Point nos EUA, confira  as fotos abaixo ...


Por possuir tanto material sobre a segunda guerra mundial, achei que valia postar.

Museo Militar Region Sur

Plaza España S/N
Puerta de Aragón
41013 Sevilla, Espanha

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Operação Market Garden - Day trip de Amsterdam - Parte II - Nijmegen



Saindo de Arheim, vc chega em Nijmegen de duas maneiras, trem e ônibus, certamente de trem é mais fácil, mas como vc vai terminar seu passeio ao lado da ponte, vc pode ficar tentado a não ter que andar até a estacao de trem, e querer ir de ônibus direto, caso seja esta a sua opcao, preste atenção pois algumas linhas ficam rodando pelos bairros e uma viagem de 10km pode levar uma hora.

Se informe previamente das linhas de onibus que vão direto, ou então abra a mão e pegue um taxi !

Para entrar em Nijmegen vindo de Arheim, vc vai passar pela ponte que cruza o rio Waal, que foi exatamente o objetivo dos aliados na IIWW.

Nijmegen tem 2000 anos, e vale a visita só por isso, esta igreja foi amplamente utilizada na guerra, e tem mais de mil anos, ficando na colina que dá o acesso a margem sul da ponte, e incrivel estar de pé, pois a cidade foi severamente bombardeada por aliados e alemães.

Na mesma praça ao alto da colina desta igreja, passa a "liberation route" que comentamos na materia de Arnheim.


Nijmegen foi a primeira cidade Holandesa a sucumbir a blitzkrieg na Operação Gelb (10 de maio de 1940).

Foi libertada pelos aliados numa quarta-feira, 20 de Setembro de 1944, quando o Major Julian Cook, atravessou o rio Waal em 26 barcos de lona, sob fogo de metralhadora, e artilharia alemã.

A ponte foi fortemente defendida por mais de 300 soldados alemães ao Norte e ao Sul, os quais possuiam cerca de 20 armas anti-tanque e dois canhões anti-aéreos, apoiados pela artilharia pesada alemã dos corpos de exército que defendiam o front do Reno.



A artilharia alemã foi silenciada e ambas pontes, ferroviária e de rodagem, foram atacadas pelos dois flancos.



Às 14h15, os canhões da 376th Parachute Field Artillery Battalion e do 153rd Field Regiment Royal Artillery abriram fogo contra a margem norte.

Às 15:00h as tropas do Major Julian Cook, 3rd Battalion (504th Parachute Infantry Regiment, 82nd Airborne Division), cruzaram o rio Waal pela primeira vez, partindo da margem sul (lado esquerdo da fotografia), no ataque inicial, com a forte corrente, e fogo inimigo, os barcos acabaram à esquerda do objetivo.

Os alemães fizeram repetidos ataques à ponte, utilizando diversos tipos de armas de artilharia, incluindo salvos de barragem com as famosas 88mm. As tropas de defesa foram posicionadas na ponte que dá um excelente arco de fogo em caso de ataque.
Os alemães em uma tentativa final para explodir a ponte rodoviária foram frustrados por um herói da resistência local holandês, Jan van Hoof que cortou os fios dos detonadores das cargas locadas sob a ponte.


No final da tarde, as pontes caíram nas mãos dos Aliados. As perdas entre os paraquedistas foram altas, mas graças a eles, Nijmegen foi finalmente liberada !



A captura da ponte, permitiu o XXX Corpo do Exército Britânico alcançar as tropas aerotransportadas britânicas cercadas  em Arnhem, bem como seria usada mais tarde como um trampolim para a Operação Veritable, a invasão através do rio Reno por tropas aliadas.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Operação Market Garden - Day trip de Amsterdam - Parte I - Arnhem !





Operation Market Garden.
Primeira derrota dos aliados depois do Dia D.

Saimos de Amsterdam no trem das 7:04h da manhã, destino a Arheim, são menos de 30 minutos, e o bilhete pode ser comprado direto pra Eidhoven, e vc pode ir parando no caminho, eu optei por parar em Arnheim obviamente, Nijmegen e terminar o dia em Eidhoven.

Arnheim é uma cidade mediana para os padrões holandeses, não é a mais bonita da região, mas foi palco de uma batalhas incrível, certamente uma das mais célebres batalhas da segunda guerra, a primeira derrota aliada, e a última vitória significativa da alemanhã.

O desembarque aereotransportado foi disparado durante o dia, com sucesso inicialmente, mediante a captura das pontes que ligavam Antuérpia, Eidhoven e Nijmegen, no caminho, do que parecia ser a ponta de lança, que iria seivar o exército Alemão, pela margem ocidental do reno, subindo até o mar do norte, permitindo total acesso ao vale industrializado do reno, ou seja coração da máquina de guerra de Hitler.

A história contada na maioria dos livros, menciona que os alemães foram pegos de surpresa, contudo, considerando que os defensores da Holanda eram soldados experientes, alguns historiadores, entendem que na verdade os Alemães estavam desfalcados de material, o controle dos céus havia sido perdido no front do ocidente há tempos, permitindo um desembarque nessas proporções.

Fundamenta-se tal afirmação quando se imagina a situação globalmente, por força do esforço terrestre no norte da África e principalmente pela pressão insuportável do fronte do leste, em setembro de 1944, os Russos marchavam a largos passos para Berlin.

Estrategicamente, esta batalha demonstrou os limites de uma ponta de lança aerotransportada, a qual, sem uma rápida intervensão da infantaria, cavalaria e da artilharia regular, mostra-se altamente perigosa, assim observamos a utilização de estratégia totalmente diferente de utilização das forças aerotransportadas nas guerras que se seguiram.

Outro ponto interessante é que com a Operação Mkt Garden, consolida-se o que o mundo passa a conhecer como special forces, uma vez que nesta batalha para os aliados, o conceito passou de relativo a absoluto, a importância da especialização das tropas passa a ser característica dos exércitos.

Justiça seja feita, foram os alemães, ao criarem o conceito de Blitzkrieg, que criaram as primeiras cédulas realmente diferenciadas de tropas de elite, conceito esse que, como todos os outros conceitos militares herdados dos Kaisers, foi deturpado pelos nazistas com a criação das SS.

A primeira missão de operações aerotransportadas, realizada nos padrões modernos do termo, foi revelada ao mundo dentro do plano emergencial do Gen von Manstein, usado as pressas, por causa do acidente que revelou aos aliados o ridiculo plano amarelo de invasão dos paises baixos, uma cópia do plano da I guerra.

Servindo-se das moderníssimas técnicas de Blitzkrieg, desenvolvidas por Guderian e aprimoradas durante as últimas décadas, Von Mastein desenfreou o ataque, e simultaneamente, 4.500 pára-quedistas e 20.000 soldados aerotransportados desciam na Bélgica e na Holanda, para tomar alvos dentre estações e pontes de forma intacta, viabilizando a logística por onde penetrariam as forças do Exército até o oeste.

Neste desembarque, míseros 78 soldados sapadores, treinados especialmente para aquela batalha, comandados pelo Ltn Witzig, aterrissaram em planadores (qqre semelhança ??), junto à cúpula principal do poderoso forte Eben Emael, construção invencível para os padrões da I Guerra, ponto chave das defesas da fronteira belga.

Com a tomada da parte superior e dos principais acessos, ficaram isolados 1.200 soldados belgas, dentro do próprio forte. Reforçado com novos desembarques, Witzig manteve o controle dos belgas até a chegada, ao meio-dia, dos panzers do 6° Exército de von Reichenau, na minha opinião, este foi o primeiro ataque elaborado por forças especiais, no contexto moderno da expressão.


Voltando a baladinha, ao chegar em Arnheim, o centro de informação turística fica do outro lado da avenida que passa atraz da estação central, e la vc encontrará toda a informacao necessaria para fazer um tour, que deve começar em Osterbeck, procure pela praça do paraquedista (Airborne Memorial) fica de fronte para o Hotel Hartenstein que abrigou o Quartel General Inglês, durante a batalha,e hoje é sede do museu Airborne.

Do centro para a praça do paraquedista em Oosterbeck, vc deve pegar um busão, aproveite e se informe no centro de informação turistica.

Aproveito a deixa para dar uma dica, nunca deixe de entrar num centro de informação de turismo, pode parecer babaquisse, mas no minimo vc sai de la com um mapa por 20 centavos, e uma explicação razoável de como se locomover na cidade, muitos vendem os bilhetes de transporte, e o inglês, e muitas vezes o espanhol dos atendentes, é muito bom.
Depois de visitar o museu, para voltar caminhando até a ponte, basta seguir as placas informativas das fotos ao lado, que mostram a freedom trail, liberation route, e com o "guia gratuito do centro de turismo", vc consegue caminhar até a ponte metálica, celebrizada no filme "uma ponte longe demais", refazendo a batalha e os principais combates travados pelo Tenente John Frost.




O caminho é marcado e vc poderá ver toda a cena, pois a cidade não cresceu tanto ao ponto de vc nao conseguir visualizar o que aconteceu.

Esta foto da esquerda, mostra o visual da ponte que os ingleses tinham, pela via lateral que corre paralela ao rio reno, e que foi conquistada casa a casa, sendo que a cidade não foi evacuada, o combate foi travado contando com toda a problemática sofrida pela população civil.

Ao chegar na ponte vc encontrará uma praça em homenagem aos paraquedistas, em especial a John Frost,



Como podemos ver nas fotos ao lado e abaixo é uma praça simples, ao lado da mesma encontra-se um pequeno mas muito interessante museu, vc será muito bem atendido por um holandes que fala ingles perfeito, e podera assistir a um audiovisual que reconstitui a batalha, staff atencioso, bem legal, e de graça, museu mais intertativo e que indica todos os demais museus da região.

Chamado, Slag an Arnheim, fica bem do ladinho da praça e embaixo da ponte Jhon Frost.

Os ingleses pegaram uma pedreira, e os alemães resitiram bravamente a tomada da ponte.

Se vc não estiver em Amsterdam, outra opção é ir pelo começo do desembarque, desde Eidhoven, e voltar usando o mesmo intercity, que vai de amsterdam, depois pegar outro trem rapido direto para sua cidade de origem, podemos sair da Bélgica, Luxemburgo, Düsseldorf, Köln, Oberhausen, Rotterdam etc ...


Esta foi a heróica batalha na qual ingleses e poloneses lutaram lado a lado, em sucessivas tentativas de dominar a ponte que estava longe demais do alcance das tropas aliadas, batalha travada em setembro de 1944, executada pelo 1o Batalhão Aerotransportado Inglês, a celula embrionária do que viriam a ser os SAS, sendo as primeiras unidades especializadas, de foco pontual e treinamento especial, demonstrando uma tendência que se segue até os dias de hoje.


Os desembarques ocorreram na regiao que antecede a cidadade de Arheim, nos campos que cobrem a regiao utilizando os famosos paraglaiders, cuja foto de um modelo segue ao lado, tendo sido recebidos desde o inicio sob fogo pesado, seguido de um contra ataque feroz, bem coordenado, liderado pelo mais fino trato das reservas SS e panzer, os ingleses foram encurralados em Osterbeck, suburbio de Arheim, com tropas espalhadas em relativa extensao da regiao.

Massacrados pelos alemaes, receberam reforcos poloneses, com desemabarques realizados na outra margem do rio reno, e cruzamento com botes, poucos efetivos poloneses conseguiram finalizar a missao, e os ingleses foram obrigados a se retirar.



A ponte nunca foi capturada, e foi implodida meses apos o combate, a Holanda permaneceria mais oito meses sob tutela nazista.



Celebrizada em Holywood no filme uma ponte longe demais, Arheim mostrou aos aliados que uma simples cabeca de ponte nao resolveria, e que os alemaes nao cometeriam mais os mesmos erros da normandia, e que outro tipo de forca era necessaria para pisar em solo alemao, Oberhausen, pode respirar por mais 8 meses.

Na foto ao lado, na praça mencionada que fica ao lado da ponte, (minima para o tamanho do evento), um canhao que foi transportado pelas primeiras tropas, e uma bomba, encontrada na decada de 60, mostrando o ponto que os ingleses chegaram.


De Arheim vc pode pegar um busao do lado da ponte, para a proxima ponte que foi Nijmegen, nossa segunda etapa, essa foi tomada pelos americanos, e fica mais ao sul.