Após um longo tempo sem postar nada de novo ... voltamos atualizados, e agora de GPS e carro alugado, e aproveitando outra trip pela europa, finalizamos o que eu entendia que precisava ver com meus olhos sobre o front ocidental da Europa continental, atravessando o passo das Ardennas, saindo de Frankfurt, via Luxemburgo, em direção a região de Bastogne, na Bélgica, palco da última ofensiva alemã no ocidente, e de um dos exemplos de grandeza irrefutável das tropas americanas que alí lutaram, americanismos ou anti-americanismos a parte, os soldados que alí lutaram e pereceram, merecem todas as honras militares concedidas, o cenário da batalha é o mais cascudo possível.
Chegando em Frankfurt, descobri esta taverna localizada em Sachenhauzen, aonde pudemos mandar o melhor schnitzel da minha vida, acompanhado do não tão memorável apfelwein, "memoravelmente" substituido por uma cerveja local.
Alugamos um "auto" ... e saimos em direção a Luxemburgo, com o GPS fazendo a navegação, nosso objetivo era conhecer e dormir lá e chegar no dia seguinte as Ardenas.
Luxemburgo, esquece o fuzil ... olha o "oclão" do soldado rsrs. |
Chegamos em Witz, no meio de um frio de lascar as suas bolas do saco, e um longo roteiro (elaborado a moda antiga) a cumprir.
Na primeira curva da entrada na cidade, um sherman e uma placa de bronze contam os feitos dos americanos na operação.
As condições de luta daquele inverno de 44/45 foram recordes de frio para os Belgas, para quem não esta acostumado então, devem ter sido muito foda.
... este dia não estava metade do frio daquele inverno ... coloque a mão no casco deste tanque por 5 segundos e imagine a situação ...
Saimos de Wiltz pelas estradinhas que são retratadas no Band of Brothers, e vc praticamente sente a enorme dificuldade daquela missão, muito mais para os americanos, que não possuiam seuqer roupas apropriadas para o inverno, a batalha foi pelo controle dos "cruzamentos" das estradas que vem do sudoeste da alemanha, cruzando a floresta das Ardennas, sentido litoral da Bélgica, aonde o então vilarejo de Bastogne, circundava um dos entroncamentos de vias, mas não era o mais importante, e novamente aqui vemos os mesmos erros de estratégica dos alemães (que lhe custaram a guerra), ao serem forçados a acatar as ordens de um Führer que já estava no seu devido lugar, vivendo como um rato escondido no seu bunker, e que na sua insanidade, insistia em conquistas muito mais simbólicas do que práticas, como Stalingrado e Bastogne.
Estrategicamente, Bastogne sequer é o principal, oxalá único, elo de rodovias da região, a bem da verdade a região é cortada por muitas estradas pequenas que unem as centenas de vilarejos como uma malha, e tudo indica pelas leituras que pude fazer, que bastou os aliados escolherem Bastogne como ponto de concentração, para que a sempre estúpida e inútil ordem de aniquilar a cidade e o inimigo fosse dada, enquanto que o ataque havia sido um sucesso estrondoso, pegou os aliados de surpresa, e se não tivesse ficado em bastogne, teria força mais que suficiente para romper a finíssima linha defensiva dos aliados na bélgica, até o canal da mancha, ressaltando que no final de 1944, os aliados contavam com praticamente as mesmas divisões originais empreendidas na operação market garden, de setembro, compostas por infantaria leve, equipada para o verão.
Não se olvide que o plano dos alemães era muito ambicioso, e tudo dependia do controle desta malha de vias, com razoável proteção aérea oferecida pela floresta, contudo a superioridade era tamanha, e a surpresa tão efetiva, que circundando uma divisão de paraquedistas sob intensa neve e sem condições dos mesmos serem abastecidos pelo ar, os poucos dias que essa condição climatica durou, não deveriam ter sido perdidos com um unico objetivo, e seriam suficientes para que eles cumprissem o objetivo daquela missão, cortar a linha de defesa aliada.
O mal tempo, calhou com a situação política vivida pelo alto comando aliado, nos dias em que Eike era obrigado a aguentar Montgomeri enchendo o saco pelo controle das forças do norte, equanto Patton, (dessa vez na minha opinião agindo corretamente) queria romper a linha Siegfried, circundando von Rundstedt, pelo Sudoeste da Alemanha, isolando suas forças, contudo todo mundo sabe que ele queria fazer isso enquanto subia direto e virava a direita pra Berlin, entre Köln e Frankfürt am Main, fucking crazy plan, but absolutely perfect for Patton standards.
Como o acordão com os russos ainda não devia ter sido assinado, rsrs, Eike teve que segurar os bigodes do inglês, e as redeas do Cowboy, e junto com a mãe natureza dando um help, o rato de esgoto perdeu a chance de dar um belo atraso no fim do front ocidental, e pagou o preço pois os russos chegaram primeiro, mas essa é outra história !!!!!!!!
e tem post aqui sobre ela rsrs ...
Chegamos no meio de um nevoeiro animal, o que já provocou uma centenas de "imagina mano", pois existem muitos sites protegidos do combate, que geralmente estão ao lado dos cruzamentos das estradas que vc esta dirigindo, e é inevitável sair de uma curva de cara com uma bateria anti-tanque, um tanque ou algo que protegia os cruzes, e na condição de nevoeiro, devia ser trocação cara a cara. Se vc quiser ir parando em cada um deve separar um dia inteiro, existe desde canhões a tanques e cemitérios ...
Prepare-se para enjoar de ler e ouvir nomes de coisas com nome "Nuts" ou "McAuliffe" srrsrs.
Detalhe do rasgo que a 88 faz na blindagem do Sherman, este tiro foi dado com uma precisão invejável, tendo atingido pela lateral traseira o radiador e o motor do Sherman, a 88 estava escondida na esquina de cima desta praça alvejando o tanque que cruzava o entroncamento das vias em frente a praça, com neve não é possível ver nada ... o tiro deve ter sido percebido só com o impacto, todas estas informações estão nas placas de bronze e no museu particular que existe descendo a rua.
Jeep 101st Airborne |
Museu Particular de uma Senhora que possui muitos artefactos achados nas trincheiras, bem legal. |
Local em Foy usado como cemitério temporário da batalha que vitimou 20 mil aliados. |
Saindo de Foy em direção a Liege, nos dirigimos até o local aonde se encotra um dos 2 ou 3 últimos tanques Panter que existem no mundo. Foi bem chato achar o tanque os locais não são amigáveis, e as estradinhas todas iguais, mas ao apontar no cruzamento certo, demos de cara com este Panter Das Reich, e a sensação é de que ele poderia enfrentar um Abrahams M4 ou um T76 fácil !
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